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Mostrando postagens de dezembro, 2008

A epístola de uma vida amantíssima

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Ao ouvir Elephant Gun e relembrar o último episódio da minissérie Capitu (Baseada na obra Dom Casmurro de Machado de Assis) E essas gotas de mar Que brotam cheias de meus olhos Doloridos de saudade -eis que a dor me é a própria Eternidade: esse mar que me Escorre a face É resquício de um amor que tive Desses que são únicos E tão logo se iniciam Tão cedo vão embora. Assim vivo com meu coração Enorme e pesado como um elefante velho Que já não quer mais andar Em busca de vida. Meus sonhos tocam saudosistas Num realejo dentro de mim E caminho aqueles olhos Que outrora eram minha mais pura felicidade Meu anélito mais legítimo Minha própria vida, enfim. Chegam mais gotas do mar E eu já nem vejo mais As palavras, as cartas manchadas Por essas liquidezas de sal Marcadas pelo batismo triste da saudade. Se eu pudesse, Nem mais guardaria aqui os meus sonhos Eles merecem um berço mais profundo Distantes deste mar que carr

A racionalização da Palavra: a comunicação falida - Parte II

Essas perguntas as faço para mim mesma. E, em tempo feroce, quanto mais eu as faço mais percebo o tempo escapulir de mim, e sou mais um número a se acrescentar na estatística da modernidade que a tudo superficializa. Quantas vezes na faculdade os professores me passam apostilas que eu nem tenho o tempo necessário para lê-las? Lembrei-me agora de um texto de Larrosa a cerca de como saber ler. Nele estava presente o que Nietzsche nos obriga a perceber da qualidade de nossas leituras. Destaco aqui o seguinte trecho de Larrosa: “O jornalista, por seu lado, representa a pseudocultura, a aceleração, a indisciplina intelectual, a superficialidade, a imaturidade, o espírito plebeu da divulgação. O jornalista é o que opina sobre tudo e sobre todos, o que fala de qualquer coisa, o que tem opiniões próprias, mas nada mais que opiniões.” À primeira vista, pode-se imaginar o enleio que saltou sobre mim. Eu, estudante de Jornalismo, lendo uma afirmação assim impactante. Concordo em parte com Larrosa

Jaque Sou deseja um Feliz Natal!!

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O blog da Jaque Sou deseja um Feliz Natal para todos os amigos e parceiros que aqui encontraram um cantinho a mais para celebrar a Poesia!!!! Um grande beijo no coração de cada um de vocês, meus queridos, por sua existência persisto com tudo isto!!! Que o nascimento do menino Jesus faça em nós o milagre da alegria bordar os degraus que nos levam para a eterna chama da vida, nos iluminando mais a cada dia, dando-nos a paz, o amor, a saúde, a esperança na nossa caminhada!! São as felicitações de Jaquelyne A. Costa, a Jaque sou o jeito é ser!

Um selo, um presente...

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Foi com imenso prazer que recebi um presente. Os poemas que aqui estão sensibilizaram a alguém, ou alguéns, e me sinto feliz popr saber disso. Abraão e Paulo, amigos poetas-blogueiros, me indicaram juntamente a outros blogs para esse selo Dardos . Muito obrigada, meninos!!Vocês nem imaginam minha gratidão e felicidade!! Aqui indicarei aqueles a quem desejo muitas palmas, comentários e este selinho!! http://pauloodiferente.blogspot.com/ - Palavras...apenas palavras http://kozmicsoldier.blogspot.com/ - Kozmic Soldier http://ellenfernandes.blogspot.com/ - Doce Pesadelo http://moradadeafrodite.blogspot.com/ - Morada de Afrodite http://sonhosamadores.blogspot.com/ - Sonhos Amadores http://jivmcavaleirodefogo.blogspot.com/ - Cavaleiro de Fogo http://desinalparaoonibus.blogspot.com/ - Ponto final no ponto de ônibus http://brgaudencio.wordpress.com/ - Mal Estar Imperfeito http://palavraedestino.blogspot.com/ - Palavra e Destino http://nuntareggaepiu.blogspot.com/ - Nuntereggaepiu ht

A racionalização da Palavra: a comunicação falida - Parte I

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O que escrever a respeito do que Nietzsche afirma sobre a força da Palavra cantada? E o que pensar então sobre seu principal projeto quando ele diz: “Deveria ter cantado. Que pena que eu não tenha ousado dizer como poeta o que eu tinha então a dizer: talvez eu tivesse sido capaz”. Por medo de errar, muitas vezes me nego a tentar escrever, ou falar minha opinião a cerca do que Nietzsche apresenta em suas obras. Mas fui estimulada a dizer em palavras marcadas no papel o meu entendimento, o que penso disso, e como a comunicação, o Jornalismo poderia ser “melhor”, ter um objetivo outro diferente do que o rege atualmente (ou desde sempre). Isso sendo, exaustivamente, como Sísifo e sua pedra – a notícia (o acontecimento) como a pedra que rola naturalmente, cada despencar é o incomum que tem de acontecer; e nós como Sísifo a transportá-la montanha acima porque achamos que o lugar dela deve ser lá, no pico da montanha. Então, que venha a Palavra na sua mais completa força poética, a que extrav

A essência do ser

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A Patrick Süskind ao ver Perfume – História de um assassino Compreendes perfume? Sabes que o verdadeiro odor nosso Está contido, guardado n’alma? Podes descrever o óleo essencial que te faz homem, E se o álcool que te impregna é o bastante? E esta ambição desde muito antiga em ti Quando num espirro viestes ao mundo Sentindo e sabendo tudo pelo cheiro que tem? Não disfarces com outros olores A tua pútrida verdade Lembra-te? Vem da alma a essência Que de mim te repele. Pobre homem... Atormentado de perfumes e cobiças Perseguidor e perseguido A ele foi dado o fétido destino de fazer morrer Para novos cheiros guardar. Atrás dos valiosos e desejados vidros aromáticos O rastro que os antecedem é só fetidez E não se sabe quem será a infeliz próxima vítima. A pior essência é a humana E infelizmente essa não se disfarça, Não há cheiro, não há perfume Que transforme este negrume. E parece que o amor não te pode pertencer. Jaquelyne de Almeida Costa

Um sonho encantado e real

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Quando eu era menina Acreditava em contos de fadas E pensava um dia Em me casar com alguém Que tivesse um lindo cavalo branco Para poder me levar a galope até onde não se pudesse alcançar o horizonte. Quando eu era menina Fechava os olhos com vontade E imaginava um grande castelo encantado E nele pessoas felizes a dançar As canções dos bailes que sempre aconteciam, Das juras murmuradas aos ouvidos apaixonados, Das mãos que se encontravam enlaçadas pelo coração. Quando eu era menina Desejava me vestir com um belo vestido azul Sapatos de cristal e uma coroa de flores Para que um certo alguém me buscasse pela mão e no meio do salão me fizesse flutuar dançando a valsa que nunca se esquece. E um dia Um lindo cavalo branco com alguém montado em seu dorso dourado apareceu em minha casa me chamando para conhecer o lindo bosque que estava a alguns dias dali. E um dia, numa tarde crepuscular, Quando eu era já uma menina grande Acordei deitada à beira de um fresco lago Sob a frondosa sombra de um